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Valença acolhe "Aldeia Feliz" em 2024
Poucos conhecem o sabor amargo da guerra ou a totalidade das suas consequências. Quem já partilhou aquele caminho pedregoso, sabe que primeiro morre o silêncio no tumulto dos petardos. Depois não se dorme. Finalmente, não se come, pois à nossa volta todos têm fome…
Passado algum tempo, e na mesma medida em que o sofrimento à nossa volta abunda, verificamos que na nossa alma cresce, sem darmos conta, uma ferida que nunca vai sarar completamente. Cresce a constatação de que alguns homens são maus e capazes de infligir – impunemente – sofrimento a outros, sem aparente remorso ou contenção. É um vazio profundo, de onde nasce o verdadeiro medo…o medo, que guardamos no mais profundo do ser e não confessamos uns aos outros. É o medo da guerra…
Resta-nos para sempre, dessas memórias dolorosas, o sorriso aquele homem a quem tratámos ao melhor do nosso saber. Ou a mão estendida da criança, esfaimada, a quem entregámos a bolacha que tínhamos no bolso. Culpamo-nos por não poder fazer melhor, por não poder salvar todos…. Sofremos!
Não há justificação para fazer a guerra! Nunca haverá…
Por tudo isto, não podia a Sociedade Portuguesa de Hipertensão, instituição apolítica, dedicada ao serviço público, composta por profissionais de saúde cuja missão e vocação é ajudar os outros no sofrimento, deixar de lamentar o martírio a que está sujeita a Ucrânia.
Estamos convosco!
Luís Bronze,
Presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão