Conheça melhor a Hipertensão Arterial
TENHO HTA: QUAIS OS CUIDADOS?
A Hipertensão Arterial (HTA) é o fator de risco mais apropriado a intervenções individuais e populacionais por vários motivos: (1) está intimamente associada à doença cardiovascular, (2) é muito prevalente, (3) é o principal fator de mortalidade e morbilidade no mundo e (4) a sua modificação é eficaz na prevenção da doença cardiovascular.
A HTA, a obesidade, a dislipidemia e a diabetes resultam essencialmente da interação entre a genética humana (fator não modificável) e o estilo de vida moderno promotor de hábitos para os quais ela não está adequadamente preparada (fatores modificáveis). Os principais fatores de risco modificáveis são: a dieta pouco saudável (sal em excesso, dietas hipercalóricas e hiperlipídicas), a inatividade física e o tabaco.
(ver Qual o risco de vir a ter HTA?)
E porque as causas principais de doença cardiovascular são conhecidas e possíveis de modificar através da utilização de estratégias preventivas dirigidas às pessoas com doença estabelecida ou em risco elevado de a desenvolver, as doenças crónicas são, em grande medida, evitáveis.
A abordagem da HTA tem como principal objetivo a diminuição da morbilidade e da mortalidade cardiovasculares e para isso necessita de intervenções que favoreçam a redução da pressão arterial e, simultaneamente, o controlo de todos os fatores de risco modificáveis.
As bases da abordagem da pressão arterial elevada são as medidas gerais, também designadas medidas não farmacológicas, as quais, uma vez iniciadas, devem ser mantidas de forma permanente em todos os indivíduos, independentemente do grau de elevação da sua pressão arterial. Preferencialmente devem ser instituídas precocemente, isto é, em todas as pessoas que apresentem valores entre 130-139mmHg de sistólica e 85-89mmHg de diastólica (o designado normal alto) ou mesmo em normotensos, desde que apresentem risco cardiovascular elevado.
Aprenda a prevenir e a controlar a HTA
As estratégias preventivas, se aplicadas precocemente na vida, apresentam um potencial enorme para prevenir o desenvolvimento de HTA e de reduzir a carga total de doença hipertensiva e suas complicações. Para diminuir a pressão arterial e o risco cardiovascular, as alterações no estilo de vida (ver Viva mais saudável) são largamente consensuais e devem ser instituídas a todas as pessoas, independentemente da necessidade de terapêutica anti-hipertensora:
• Redução da ingestão de sódio na alimentação (o sódio é o constituinte do sal responsável pelo aumento da pressão arterial e encontra-se naturalmente não só no sal de cozinha, mas também em vários alimentos, como os produtos de charcutaria, os queijos curados, entre outros);
• Dieta equilibrada: aumento do consumo de frutas, legumes e alimentos ricos em fibra e potássio; diminuição da ingestão de gorduras saturadas presentes em certos alimentos (por exemplo carnes vermelhas, gema de ovo, manteiga, queijos curados, produtos de charcutaria e alimentos pré-cozinhados);
• Moderação do consumo de álcool (por exemplo, um copo de vinho tinto à refeição);
• Prática regular de exercício físico, sobretudo com movimentos aeróbios (marcha, corrida, natação ou dança);
• Abandono do tabagismo;
• Redução e/ou controlo do peso, caso se verifique excesso de peso ou obesidade.
Em consonância com todas estas medidas gerais de modificação dos hábitos e estilo de vida, deve ter sempre em consideração que, tratando-se de uma doença crónica, com potenciais repercussões e complicações, é preciso uma maior conscientização para:
1- O controlo de outros fatores de risco cardiovascular;
2- Caso faça medicação anti-hipertensora, deve cumprir SEMPRE o esquema terapêutico proposto pelo seu médico em detrimento das complicações que possam daí advir com a suspensão do(s) fármaco(s) e nunca por iniciativa própria!
3- A medição de forma regular da tensão arterial, com registo dos valores para averiguar o controlo da PA no domicílio;
4- Sinais e sintomas de alerta associados à elevação da pressão arterial, embora a doença em si seja considerada uma “doença silenciosa” por na maioria das situações não se encontrar associada a sintomas específicos.
A HTA, como doença crónica que é, necessita da terapêutica e vigilância continuada no tempo, sendo importante não esquecer que a interrupção da terapêutica, absoluta ou intermitente, pode associar-se a um agravamento da situação clínica.